Brasão de Muaná |
Muaná é um lugar cheio de histórias para contar e repleto de
paisagens para mostrar. O município que tem sua sede localizada na margem
esquerda do rio que leva o mesmo nome, é antigo, tem mais de cem anos; sua
origem remonta a uma fazenda que se tornou um vilarejo e cresceu em torno da
devoção ao santo padroeiro dos muanenses, São Francisco de Paula.
A palavra muaná, derivada do original muanã, significa, em
tupi, “semelhante à cobra”, o que se
explica pelo grande número de curvas dos rios muanenses, lembrando uma
serpente.
A “flor do Marajó”, como é carinhosamente conhecida, tem sua
história repleta de acontecimentos interessantes: a devoção ao padroeiro
iniciou-se com o achado misterioso da imagem do santo, por uma senhora chamada
Maria Amélia Pimentel, desde então, São Francisco de Paula passou a ser
venerado no local. Muaná também se orgulha por ter sido a primeira cidade do
Pará a aderir à Independência do Brasil, fato ocorrido em 28 de maio de 1823,
por causa desse acontecimento, os maiores atos cívicos na cidade acontecem em
28 de maior e não em 7 de setembro, como é costume no resto do país.
Em seu vasto território de 3 765,524 km², Muaná possui diversas paisagens; tem sua região
de campos que, no inverno, alaga-se, lembrando o Pantanal Mato-grossense; tem a
região de floresta, onde se pode encontrar grande variedade de espécies
vegetais e animais; e por fim, tem a região das ilhas banhadas pela Baía do
Marajó, onde se pode encontrar belíssimas praias.
Segundo a estimativa do IBGE no ano de 2015, Muaná tem 37,977 habitantes, o que do
nosso município o segundo mais populoso da Ilha do Marajó, essa população é
composta por pessoas das mais variadas características, resultado da miscigenação
entre índios, negros e portugueses. Além da sede município, também existem
distritos espalhados pelo interior, sendo eles: São Miguel do Pracuúba, Ponta
Negra, São Francisco do Jararaca e Palheta.
A população muanense é muito religiosa. Dos habitantes do
município, 62% são católicos, a história de Muaná está profundamente atrelada
ao Catolicismo no local, a paróquia que atende os fiéis muanenses tem como
patrono São Francisco de Paula, anualmente são promovidas três grandes festas
religiosas na cidade: A tradicional festividade de São Benedito, ao final do
ano; a do padroeiro São Francisco de Paula, a mais velha do município e uma das
antigas do Marajó, que acontece no final de Julho; e o Círio de Nazaré, que é o
maior evento religioso de Muaná e um dos maiores da região, apresentando, a
cada ano, um número maior de fiéis. Na cidade, foi construído um grande
santuário dedicado a Nossa Senhora de Nazaré e que recebe os festejos do círio.
O belíssimo templo, de estilo moderno e em semicírculo, é a maior igreja do
Marajó.
Além das festas religiosas, Muaná também realiza, em junho,
o Festival do Camarão, maior evento cultural da região. Nos três dias do
festival, cerca de 30 mil pessoas visitam a cidade, o que ajuda a aquecer a
economia local. A programação dos festejos acontece no Camaródromo, um grande
espaço construído especialmente para o evento, entre as atrações estão desfiles,
concursos, disputas esportivas; além de apresentações de bandas,
aparelhagens,grupos folclóricos, artistas da terra,entre outras.
De Muaná saíram muitas personalidades que se destacaram nos
cenários estadual e nacional. Como não citar Adalcinda Camarão, a grande
poetisa que levou o nome de Muaná até aos Estados Unidos? Também literatos Canuto
da Costa Azevedo e Carlos Hipólito de Santa Helena Magno muanenses; e o
saltador ornamental Ian Santos, é nascido na “Flor do Marajó”; e o escritor
José Maria Lima, ganhador de alguns prêmios literários, tinha orgulho de ser
muanense; e a desembargadora Maria de Nazareth Brabo, que foi presidente do
Tribunal de Justiça do Pará. Além desses citados, muitos outros deram orgulho à
Muaná.
Em 2016, Muaná completa 193 anos de adesão à Independência
do Brasil, fato que tanto orgulha os seus filhos, mas que deve servir de
inspiração para que todos se unam em prol do desenvolvimento do município,
fazendo com que todos os muanenses tenham os seus direitos garantidos e com que
as pessoas de fora se interessem por conhecer esse interessante destino do
Marajó.
Veja o hino do município, que foi composto pelo compositor muanense Genésio dos Santos Martins.
Muaná, Muaná, levanta hoje teu brado!
Aos filhos teus, heróís da liberdade.
O centenário que a se desdobrando,
bravura afirma dessa lealdade.
Relembra agora como, nesta praça,
velho arvoredo aos altos céus alados,
foi testemunha de que um povo em massa,
num só ideal, estava congregado.
Aos filhos teus, heróís da liberdade.
O centenário que a se desdobrando,
bravura afirma dessa lealdade.
Relembra agora como, nesta praça,
velho arvoredo aos altos céus alados,
foi testemunha de que um povo em massa,
num só ideal, estava congregado.
Trêmula e branca, uma bandeira linda,
alçada em gestos firmes de louvor,
mostrava a face de uma era vinda
de paz, de glória, liberdade, amor.
Lá do Ipiranga, rio pequeno e mudo,
o brado ingente de Dom Pedro forte,
tornou-se aqui, em Muaná, o escudo
daqueles homens sem temor à morte.
E, proferindo a decisão bendita,
sa sacrossanta e pura independência,
padrão dourado dessa glória invicta,
legaram-nos a nossa consciência!
Exulta, pois, ó meu Muaná querido,
que os filhos teus não medem sacrifício.
Esse padrão por nós será mantido,
nunca terás a figura do exício.
alçada em gestos firmes de louvor,
mostrava a face de uma era vinda
de paz, de glória, liberdade, amor.
Lá do Ipiranga, rio pequeno e mudo,
o brado ingente de Dom Pedro forte,
tornou-se aqui, em Muaná, o escudo
daqueles homens sem temor à morte.
E, proferindo a decisão bendita,
sa sacrossanta e pura independência,
padrão dourado dessa glória invicta,
legaram-nos a nossa consciência!
Exulta, pois, ó meu Muaná querido,
que os filhos teus não medem sacrifício.
Esse padrão por nós será mantido,
nunca terás a figura do exício.