quinta-feira, 19 de maio de 2016

Muaná, a flor do Marajó

Brasão de Muaná

Muaná é um lugar cheio de histórias para contar e repleto de paisagens para mostrar. O município que tem sua sede localizada na margem esquerda do rio que leva o mesmo nome, é antigo, tem mais de cem anos; sua origem remonta a uma fazenda que se tornou um vilarejo e cresceu em torno da devoção ao santo padroeiro dos muanenses, São Francisco de Paula.

A palavra muaná, derivada do original muanã, significa, em tupi, “semelhante à cobra”, o que se explica pelo grande número de curvas dos rios muanenses, lembrando uma serpente.

A “flor do Marajó”, como é carinhosamente conhecida, tem sua história repleta de acontecimentos interessantes: a devoção ao padroeiro iniciou-se com o achado misterioso da imagem do santo, por uma senhora chamada Maria Amélia Pimentel, desde então, São Francisco de Paula passou a ser venerado no local. Muaná também se orgulha por ter sido a primeira cidade do Pará a aderir à Independência do Brasil, fato ocorrido em 28 de maio de 1823, por causa desse acontecimento, os maiores atos cívicos na cidade acontecem em 28 de maior e não em 7 de setembro, como é costume no resto do país.

Em seu vasto território de 3 765,524 km², Muaná possui diversas paisagens; tem sua região de campos que, no inverno, alaga-se, lembrando o Pantanal Mato-grossense; tem a região de floresta, onde se pode encontrar grande variedade de espécies vegetais e animais; e por fim, tem a região das ilhas banhadas pela Baía do Marajó, onde se pode encontrar belíssimas praias.

Segundo a estimativa do IBGE no ano de 2015, Muaná  tem 37,977 habitantes, o que do nosso município o segundo mais populoso da Ilha do Marajó, essa população é composta por pessoas das mais variadas características, resultado da miscigenação entre índios, negros e portugueses. Além da sede município, também existem distritos espalhados pelo interior, sendo eles: São Miguel do Pracuúba, Ponta Negra, São Francisco do Jararaca e Palheta.

A população muanense é muito religiosa. Dos habitantes do município, 62% são católicos, a história de Muaná está profundamente atrelada ao Catolicismo no local, a paróquia que atende os fiéis muanenses tem como patrono São Francisco de Paula, anualmente são promovidas três grandes festas religiosas na cidade: A tradicional festividade de São Benedito, ao final do ano; a do padroeiro São Francisco de Paula, a mais velha do município e uma das antigas do Marajó, que acontece no final de Julho; e o Círio de Nazaré, que é o maior evento religioso de Muaná e um dos maiores da região, apresentando, a cada ano, um número maior de fiéis. Na cidade, foi construído um grande santuário dedicado a Nossa Senhora de Nazaré e que recebe os festejos do círio. O belíssimo templo, de estilo moderno e em semicírculo, é a maior igreja do Marajó.

Além das festas religiosas, Muaná também realiza, em junho, o Festival do Camarão, maior evento cultural da região. Nos três dias do festival, cerca de 30 mil pessoas visitam a cidade, o que ajuda a aquecer a economia local. A programação dos festejos acontece no Camaródromo, um grande espaço construído especialmente para o evento, entre as atrações estão desfiles, concursos, disputas esportivas; além de apresentações de bandas, aparelhagens,grupos folclóricos, artistas da terra,entre outras.

De Muaná saíram muitas personalidades que se destacaram nos cenários estadual e nacional. Como não citar Adalcinda Camarão, a grande poetisa que levou o nome de Muaná até aos Estados Unidos? Também literatos Canuto da Costa Azevedo e Carlos Hipólito de Santa Helena Magno muanenses; e o saltador ornamental Ian Santos, é nascido na “Flor do Marajó”; e o escritor José Maria Lima, ganhador de alguns prêmios literários, tinha orgulho de ser muanense; e a desembargadora Maria de Nazareth Brabo, que foi presidente do Tribunal de Justiça do Pará. Além desses citados, muitos outros deram orgulho à Muaná.


Em 2016, Muaná completa 193 anos de adesão à Independência do Brasil, fato que tanto orgulha os seus filhos, mas que deve servir de inspiração para que todos se unam em prol do desenvolvimento do município, fazendo com que todos os muanenses tenham os seus direitos garantidos e com que as pessoas de fora se interessem por conhecer esse interessante destino do Marajó.



Veja o hino do município, que foi composto pelo compositor muanense Genésio dos Santos Martins.


Muaná, Muaná, levanta hoje teu brado!
Aos filhos teus, heróís da liberdade.
O centenário que a se desdobrando,
bravura afirma dessa lealdade.

Relembra agora como, nesta praça,
velho arvoredo aos altos céus alados,
foi testemunha de que um povo em massa,
num só ideal, estava congregado.


Trêmula e branca, uma bandeira linda,
alçada em gestos firmes de louvor,
mostrava a face de uma era vinda
de paz, de glória, liberdade, amor.

Lá do Ipiranga, rio pequeno e mudo,
o brado ingente de Dom Pedro forte,
tornou-se aqui, em Muaná, o escudo
daqueles homens sem temor à morte.

E, proferindo a decisão bendita,
sa sacrossanta e pura independência,
padrão dourado dessa glória invicta,
legaram-nos a nossa consciência!

Exulta, pois, ó meu Muaná querido,
que os filhos teus não medem sacrifício.
Esse padrão por nós será mantido,
nunca terás a figura do exício.







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